(Mercedes Bellido) |
Era um
sonho tão bonito o dessa noite meu amor e você estava nele e ele começava assim:
Dentro de um imenso galpão, um lugar que bem poderia ser um complexo esportivo
ou um estúdio de cinema, mas dentro desse galpão havia várias quadras de
esporte e nessas quadras as pessoas jogavam tênis, squash e queimado e o mais
curioso era que todos eles jogavam sem bola os seus esportes e riam e pareciam
dizer que a bola era só um detalhe.
A bola,
a vida, os filmes são só um detalhe se não houver alguém do nosso lado. Era o
que pareciam dizer com todo aquele balé coreografado e divertido. Mas aí tem
aquele filme italiano em que o protagonista vê um grupo de mímicos jogando tênis sem bola... Você não viu esse filme mas tem que ver... Tem que ver porque eu tenho
lá em casa e se você não estiver comigo para vê-lo eu vou dormir por estar assistindo-o sozinho e se dormir só não vou sonhar como hoje a noite.
Eu então me juntava a eles e jogava o jogo deles e até acertava uns três no queimado
e conseguia uns dois smashs no tênis e era bem fácil acertar alguém sem a bola
ou marcar pontos, coisas de sonho. E eu olhava para o teto desse lugar e o céu todo estava estrelado. Daí alguém dizia que eu
tinha sido acertado no queimado imaginário ao olhar para cima e tinha que sair.
Saia
do complexo de quadras esportivas e passava por uma infinidade de cafés ou de replays do mesmo café,
desses cafés que vemos nesses filmes italianos e franceses e que parecem só
existir lá, nos filmes italianos e franceses e nos sonhos que sonhamos depois de ver esses filmes. Um
dos cafés ou todos os cafés se chamavam Café da Juventude Perdida, é título de
um livro parece, e nesse Café da Juventude Perdida eu entrava.
Como
toda a geografia mental dos sonhos, dentro do café havia várias telas de cinema
exibindo filmes diferentes. Uma espécie de cinema sem paredes entre as salas.
Era imenso.
Em
frente a uma dessas telas eu via você sentada, sozinha, com um monte de sacolas
de supermercado do lado e eu sabia que você estava me esperando, então sentava
do teu lado, te abraçava e você sorria e me pedia silêncio porque estava vendo
o filme e o filme era o Moulin Rouge, com a Nicole Kidman, só que eu detesto o
Moulin Rouge, e o filme foi me dando um sono um sono um sono, como em todas as
vezes que assisto, e nisso eu comentava que estava com sono e te abraçava e
dizia que não era muito chegado em musical e deitava no seu colo e então dormia
o sono mais puro que alguém pode sonhar. Daí acordava. E agora estou te esperando acordar para te contar esse sonho mas com medo de perder os detalhes.
Nas suas
sacolas tinham chocolates.
Cid
Brasil
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