domingo, 18 de abril de 2021

A MARCA HUMANA



O nariz para fora da máscara são como os traços de Van Gogh, é algo que você bate o olho e sabe do que se trata. É como uma olhada em qualquer fotograma da fase onírica de Fellini para sabermos que ali está um filme a ser evitado de Federico Fellini. Essa mescla de distração com deboche é único na história da humanidade não só porque que nos difere de outras espécies já extintas e que não foram preservadas tal como deveriam como os dinossauros, as tartarugas gigantes das Ilhas Galapagos ou os Centroavantes Brasileiros.

Tudo bem que não é novidade as pessoas tentarem sempre brincar mais que a brincadeira, dar sempre uma volta a mais no parafuso; seja andando de moto sem capacete ou topando ser fumante passivo em ambientes fechados, ou mesmo se apaixonando por mulheres que conheceram no Pagode da Segunda Sem Lei do Bar do Maçã no Tabuleiro – ok,isso foi bem especifico, mas vamos em frente.

Durante boa parte do ano de 2020, alimentei minha gastrite com o ódio que sentia dos que usavam o nariz para fora da mascara, detestava mais esse tipo de gente até do que quem não usava a máscara. Porém, como sempre acontece em momentos de crise, peitei a situação da única forma que conhecia: Chorando em casa feito um bezerro. Até que me dei conta de que já era um milagre um planeta onde metade das pessoas se deixaram levar pelo papo de figuras como Hitler, Fernando Collor, Margareth Tacher e no David Luiz como zagueiro, isso para não citar anomalias mais recentes, ou mesmo que o American Way of Life era uma coisa legal; portanto, uma parte se unir e topar se cuidar da única forma sensata que podíamos, já era um grande passo para a humanidade e o nariz para fora, talvez fosse só um pequeno passo (para a cova?).


O homem é um ser autoral, já no alertou a sociedade Brasileira de Marcas e Patentes. Então, um nariz a mostra durante uma pandemia viral, é só um lembrete do tipo que o SBT faz exibindo flashes de produtos Jequiti. Uma informação oculta a ser inserida em nosso cérebro, sem que você perceba. No caso do nariz, assim como do SBT, algo que se for possível, é bom evitar.

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